segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Elementos de Magia

Elementos de Magia

Nós, mentores responsáveis pela linha do conheci­mento do Ritual de Umbanda Sagrada, às vezes (muitas para ser franco) nos sentimos magoados com a falta de explicação acerca dos elementos de magia, pois ela é de competência dos pais e mães de Umbanda. Infelizmente, eles têm dedicado tão pouca atenção a esse assunto, que muitos Guias de Lei (espíritos atuantes na incorporação) sentem-se constrangidos quando têm de “receitar” certas obrigações aos consulentes das tendas onde atuam.

Sim, existe um descaso total nesse aspecto, e isso tem dado farta munição aos adversários religiosos da Umbanda, e mesmo do Candomblé, pois esse desconhecimento de causa pelos próprios médiuns os tem impedido de sustentarem suas próprias praticas mediúnicas, todas fundamentadas na movimentação de elementos mágicos ou magísticos.

Mágico = movimentação de energias

Magístico = ativação de processos mágicos

Quantos médiuns não desconhecem o próprio significado das velas coloridas que acendem aos seus orixás?

Quantos não desconhecem o porquê da queima de pólvora ou dos banhos de ervas ou de sal grosso?

Quantos fazem obrigações, mas intuitivamente, porque desconhecem seus reais fundamentos?

Quantos não cantam os “pontos”, mas sem convicção ou vibração, só porque desconhecem seus fundamentos ocultos, seus poderes vibratórios e magísticos, e mesmo, seus valores rituais?

Quantos, ao fazerem um “despacho”, não se sentem constrangidos, pois desconhecem o real significado e valor simbólico que eles têm pra quem os recebe?

São tantas perguntas semelhantes a estas que é melhor pararmos por aqui e comentarmos o que já temos, senão nosso livro irá virar uma enciclopédia. Mas seremos objetivos para não nos alongarmos demais nesse capítulo.

Vamos aos elementos rituais:

Normalmente uma oferenda contém vários elementos materiais que à primeira vista parecem não ter fundamento. Mas na verdade, todos têm e são facilmente explicáveis.

Frutas, velas, bebidas, flores, perfumes, fitas, comidas, etc., tudo obedece a uma ordem de procedimentos, todos afins a que se destinam.

Senão, vejamos:

Frutos: são fon­tes de energias que têm várias aplicações no plano etérico. Cada fruta é uma condensação de energias que forma um composto ener­gético que, se corre­tamente mani­pulado pelos espí­ritos, tor­nam-se plasmas astrais usados por eles até como reservas energéticas durante suas missões socorristas.

As frutas também servem como fontes de energias sutilizadoras do corpo energético dos espíritos, e como densificadoras dos corpos elementares dos seres encantados regidos pelos orixás e que atuam na dimensão espiritual, onde sofrem desgastes acentuados, pois estão atuando num meio etérico que não é o deles.

Para efeito de comparação, podemos recorrer aos trabalhadores que manipulam certos produtos químicos e precisam ingerir grandes quantidades de leite para desintoxicá-los ou aos que trabalham em fornalhas e precisam ingerir grandes quantidades de líquidos para se reidratarem. Sim, os encantados são seres que, quando fora das suas dimensões de origem sofrem fortes desgastes energéticos.

E esse mesmo desgaste sofre os espíritos que atuam como curadores, quando doam suas próprias energias aos enfermos, tanto os desencarnados quanto os encarnados.

É certo que para si só, um espírito ou um encantado não precisa de alimento algum, ou mesmo da luz de uma vela. Mas os que atuam nas esferas mais densas sofrem esgotamentos parecidos com os mineiros que trabalham em minas profundas. E os que atuam como curadores doam tanto de suas energias que muitos precisam descansar um pouco após socorros mais demorados junto aos enfermos.

Já escreveram tanto sobre Um­banda, Espiritismo, Candomblé, espi­ritualismo, etc., e, no entanto ensinam muito pouca ciência espiritual no que escrevem.

Bem, voltando ao nosso comen­tário, o fato é que as frutas têm muitas utilidades aos espíritos e aos seres encantados que atuam junto dos médiuns umbandistas.

Romã, mamão, manga, uva, abacaxi, laranja, jabuticaba, pitanga, etc., fornecem energias que podem ser armazenadas dentro de “frascos cristalinos” existentes no astral e que, depois de armazenadas, basta aos seus manipuladores lhes acrescentar uma energia mineral que o conteúdo do frasco transforma-se numa fonte irradiante, e inesgotável, de um poderoso plasma energético ao qual recorrerão para curar espíritos enfermos ou pessoas doentes sempre que precisarem.

Afinal, se fosse só para “comer” os frutos, para que um guia espiritual recomendaria ao seu médium uma trabalhosa oferenda? Seria mais prático ele comer na própria casa do médium ou ir a algum mercado, onde se fartaria de tantas frutas que neles existem, não é mesmo?

Só que ninguém atenta para isto: uma oferenda é um ato religioso realizado no ponto de forças de um orixá, que irá fornecer ao espírito que trabalha com o médium um de seus axés, utilizado de imediato, ou posteriormente, em trabalhos os mais diversos.

Uma oferenda obedece a todo um ritual magístico, que por isso mesmo, ou é feito religiosamente ou não passará de uma panacéia. Orixá algum admite panacéias em seus campos vibratórios e domínios energéticos (axés).

Reflitam sobre o que foi escrito porque a oferenda ritual seja ela como ou qual for, é um procedimento religioso. E tem de ser entendida e respeitada como tal, pois no lado oculto e invisível sempre há uma divindade que nela atuará diretamente, ou através de seus encantados ou de espíritos incorporados às suas hierarquias ativas.

Esse procedimento é correto, recomendável e fundamentado em preceitos religiosos. Só durante uma oferenda ritual os guardiões dos axés, após certificarem-se de que eles terão um uso amparado pela Lei Maior, os liberam para o uso particular dos espíritos atuantes nas tendas. Ou alguém acredita que os axés são liberados para uso profano?

Atentem bem para o que foi escrito aqui. Só um desconhecedor dos procedimentos ritualísticos desconhece o fundamento das oferendas rituais.

Afinal, para que um exu de Lei perderia seu tempo acompanhando todo o ritual de despacho de algumas garrafas de marafo na terra? Não seria mais lógico ir a uma destilaria e embriagar-se com os vapores etílicos, lá emanados em abundância?

Existe toda uma ciência divina nos processos ritualísticos, e um exu de Lei a conhece muito bem, além de saber manipular as energias que extrairá dos elementos materiais que lhe forem oferendados.