Mitos e Preconceitos
“Desenvolver a mediunidade não significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas sim, em habilitar alguém a assumir conscientemente o Dom com o qual foi ungido. Ao contrário do que apregoam, mediunidade não é punição, e sim benção divina, concedida ao espírito no momento em que encarna.”
A educação mediúnica é de suma importância para quem realiza práticas magísticas ou religiosas de fundo espiritual, espiritualista ou espiritualizador.
Quando alguém adentrar pela primeira vez num templo de Umbanda, notará que os praticantes fazem certas saudações rituais de significado ou valor por eles desconhecidos. O comportamento exterior dos praticantes se altera, eles se tornam diferentes dentro do recinto consagrado às práticas religiosas.
Tudo isto faz parte de educação mediúnica e os comportamentos têm de estar afinizados com o que se realiza dentro de um espaço consagrado.
Mas até aqui, ainda estamos abordando aspectos exteriores da formação religiosa, pois ao nos voltarmos para o interior dela, deparamo-nos com a educação mediúnica. Para colocar o médium em sintonia com o mundo invisível, cria-se toda uma pré-disposição às manifestações espirituais e aos rituais magísticos.
A educação mediúnica é muito importante, pois só se reeducando internamente um médium alcança níveis vibratórios mentais e conscienciais que lhe facultam os níveis espirituais superiores a sintonização mental com seu mestre individual a neutralização de possíveis vícios antagônicos (fumo e álcool, utilizados nos trabalhos) com as práticas religiosas e a compreensão ou percepção do que está acontecendo à sua volta, mas que não está visível, assim como do que está acontecendo dentro de seu campo mediúnico. Quando bem educado mediunicamente, sua sensitividade é capaz de identificar presenças positivas ou negativas que adentram em seus limites vibratórios.
Aí temos em poucas linhas, um apanhado de como a boa educação mediúnica auxilia os praticantes ou médiuns.
Mitos
Os mitos sempre têm um pouco de verdade e um pouco de fantasia.
É comum dizer-se que quem desenvolve sua mediunidade torna-se mais capaz do que aquele que não a desenvolve. Isto é uma verdade somente se aquele que se desenvolveu mediunicamente também compreendeu os compromissos que assumiu. Mas é pura fantasia se ele nada entendeu sobre seus compromissos. Uma vez que adquiriu um poder relativo, começa a se chocar com um poder absoluto, que é a Lei de Ação e Reação; assim, sua suposta superioridade logo o lança em um sensível abismo consciencial.
Portanto, quando o assunto é mediunidade, todo cuidado é pouco e toda precaução não é o suficiente, se não estiver presente uma forte dose de humildade e compreensão de que um médium não é um fim em si mesmo, mas sim tão somente um meio.
Preconceitos
Muitos são os preconceitos quanto à educação mediúnica. Muitas pessoas temem certas inverdades divulgadas à solapa por desconhecedores das religiões espiritualistas.
Vamos a algumas colocações correntes que pululam no meio religioso:
· a mediunidade é uma provação purgatória;
· a mediunidade é uma punição cármica;
· a mediunidade escraviza os médiuns;
· a mediunidade limita o ser.
Comecemos por desmentir estas colocações negativas:
1 – mediunidade não é uma provação purgatória, mas sim uma provação Divina e um Dom que aflorou no ser que alcançou uma certa etapa evolutiva e assumiu um compromisso no plano astral antes de encarnar. Se bem desenvolvida, irá acelerar sua evolução espiritual;
2 – não é uma punição cármica, mas sim um ótimo recurso que a Lei nos facultou para nos harmonizarmos com nossas ligações ancestrais;
3 – não escraviza o médium, apenas exige dele uma conduta em acordo com o que esperam os espíritos que através dele atuam no plano material para socorrer os encarnados necessitados tanto de amparo espiritual quanto de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimento;
4 – não limita o ser, pois é um sacerdócio. E, ou é entendida como tal ou de nada adianta alguém ser médium e não assumir conscientemente sua mediunidade;
Para concluir, podemos dizer que a mediunidade, por ser um Dom, tem de ser praticada com fé, amor e caridade. Só assim nos mostramos dignos do Senhor de Todos os Dons: nosso Divino Criador!
(texto extraído do livro “O Código de Umbanda”, pág. 589.)
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