No abstracionismo não se aceita outra deidade co-participativa na regência da criação. "Somente a minha deidade é o senhor. Todas as outras são obras do maligno!"
No abstracionismo o "eu sou" sobressai a "nós somos". Nele não se fala "O nosso Deus", mas sim: "O meu Deus!", como se houvesse mais de um.
O abstracionista distingue claramente que há um Deus seu, que é para ele e por ele. Quanto aos outros, o restante da humanidade, o maligno é que os rege e os acolhe.
O todo (Deus) e o parcial (o ser) assumem papéis opostos. Colocam a existência de sua deidade dependente fundamentalmente de sua existência.
O maniqueísmo, a divisão entre bem e mal, deus e diabo, é uma concepção criada a partir do surgimento do cisma que dividiu a religiosidade em duas concepções opostas e antagônicas.
Havia uma vertente que insistia em humanizar Deus, e outra que persistia na divinação do homem. A corrente abstracionista afastou-se e tem, por milênios e milênios.
Um típico exemplo dessa tentativa é a insistência do judaísmo ortodoxo em que o "salvador" está por vir, enquanto uma dissidência optou por eleger Cristo como o aguardado salvador. A partir daí, mesmo sofrendo as mesmas incertezas comuns a todos, passaram a julgar-se completos nas suas divinizações humanas, enquanto aguardam o retorno do Messias.
A vertente abstrata passa por cima de muitos estágios da evolução verdadeiramente vivenciados pelo ser humano e o induz a crer, em uma única curta encarnação, é possível a conquista definitiva dos reinos dos céus, esquecendo-se por completo que a reencarnação, em si mesma, é um bem divino de suma importância, porque possibilita aos espíritos um meio de vivenciarem os múltiplos aspectos do nosso Criador existentes em nós mesmos, por sermos de origem divina, ainda que animados por uma natureza humana.
A "Tradição Natural" é adepta e defensora do ciclo reencarnatório como aperfeiçoador dessa nossa natureza humana.
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